A poesia é um rio que corre em mim, sempre em busca de suas nascentes.

A abundância da Ignorância na seca da semana santa


 
Privadas azeitadas, chocolates desidratados;
Bicas idolatradas, pias empanzinadas;
Adutora danificada, descaso ratificado;
Caixa d’água sem água, Rio Vermelho escoado.
Na semana santa de 2015, na Bahia,
Jesus Cristo perdeu seu posto para a água,
Mas, apesar de toda rezadaria e expectativa,
Ela não conseguiu ressuscitar no domingo de páscoa.
Continuou refém dos soldados de terno e gravata, EPIs e diplomas.
O povo reclama e continua a reclamar...
O peixe morre pela boca, e o povo sem poder se lavar.
O povo reclama e continua a trabalhar e a comemorar.
Sem se valorizar, serve-se em talheres, copos e pratos plásticos.
Descarta-se como vatapá instantâneo, sem castanha e amendoim.
O povo reclama e continua a dançar...
A muriçoca soca, soca e pica!
A CCR, a EMBASA e o Governo: humilham!