A poesia é um rio que corre em mim, sempre em busca de suas nascentes.

PoemArte - Morangos silvestres

* PoemArte inspirado no filme Morangos Silvestres, de 1957, do glorioso Bergman.


O Resto do prato


São inúmeras, as trilhas de um disco.
Controlar a agulha.
Escolher a música.
Repetir o orgasmo.
Pular de faixa em faixa.
Umas arranhadas, outras recuperadas.
Faixa larga, faixa breve.
Uma de cada lado, tudo do mesmo lado.
Estamos no resto do prato.
Rumo ao miolo desmiolado concentrado.
Em qualquer frequência ou velocidade.
A agulha sempre vai nos alcançar.
E não seremos cultuados, bem cuidados.
Disputados e procurados em sebos.
Porque debaixo da terra não há transe.
E de lá, som algum pode se escutar ou ser escutado.