A poesia é um rio que corre em mim, sempre em busca de suas nascentes.

Indo embora!



Estou pronto para partir.
Partir sem medo de ir.
Já não tenho mais nada para fazer aqui.
Minhas malas e sentimentos já estão prontos.
Deixo um quarto vazio, frio, mas quente como o inferno.
"Sapato 36", repete incansavelmente em minha mente.
Não lhes devo nada, mas os pagarei com minha liberdade.
Criado em cativeiro de emoções.
Aprendi a nadar em aquários do caos. 
Quero, agora, quebrar a cara contra as nuvens.
Eu to indo embora, para longe daqui, para dentro de mim.
Levo na mala, supérfluos necessários.
E dentro de mim, o que não me incomoda.
Não lhes devo desculpa. 
Apenas: to indo embora!