A poesia é um rio que corre em mim, sempre em busca de suas nascentes.

Black Sabbath



Para fim de começo, Deus está morto!
Solitário, na idade da razão perdida.
Mesmo com a alma danificada, quis viver para sempre,
Ser um grande pai e dar paz de espírito,
Mas tornou-se um pária capelão pelas noites de neon,
Trocando crianças do mar por fugas ao céu ou inferno,
Desejando bem, aos que morrem jovens, sem dizer:

"Nunca diga morra!".

Seus filhos seguem por caminhos difíceis numa onda de choque.
Megalomaníacos, voltam a ser crianças numa dança aérea
Em busca de mulheres sujas e más que lhes abram um buraco no céu,
Fazendo-o um espiral de confusão em sonhos do amanhã.


Embriões de crianças sepultadas fecundam orquídeas podres,
Oferecidas em cornucópias durante funerais elétricos
Realizados sob o sol sonolento, escondido atrás do muro,
Onde habitam fadas que usam coturnos e correntes mágicas.
Dançam a St.Vitus, comem salada de ratos ao vapor de erva doce
E convergem o planeta Caravana à vila do sono,
Onde a paranoia é a rainha mágica e mãe que diz:

"Sabbra Cadabra".


O conflito entre homens de ferro e porcos de guerra explode,
Deixando todos os sintomas do universo sob advertências.
A mão da desgraça consagra o mundo perverso
E a loucura, finalmente, é aceita e abençoada.


É preciso matar-se para viver ou resistir à emoção do pecar.
E mais um sábado sangrento se aproxima dos seus filhos,
Fazendo o hoje olhar pro ontem, pensando em mudanças.
Metanfetaminas e o tortuoso destino os assombram,
Mas, mesmo todos dizendo que o sábado será negro,
Eles seguem, pois não acreditam na previsão do tempo;
E mesmo que seja, o negro sempre lhes cai muito bem.
É o traje perfeito para a realização da missa.

                “Black Sabbath”.